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15/10/2014

A utilização de histórias como recurso terapêutico

As histórias e contos embelezam a vida de todas as crianças. Sempre que possível, enquanto terapeuta, tento contribuir para essa felicidade. Aliás, se estamos a falar de crianças em que o prognóstico a nível de participação social e profissional é realmente reservado eu digo sempre aos pais - o meu grande objectivo é que o menino seja feliz.

Ora, isto tudo para vos pedir que, ao seleccionarem o vosso material para terapia, tentem escolher algo significante.
Utilizo contos e histórias com frequência. Tal como qualquer outro material, as possibilidades de utilização são inúmeras e o seu objectivo de utilização varia consoante o caso com que estamos a trabalhar.

Passo a enumerar, agora, algumas das suas utilizações frequentes:
-O simples ditado;
-O reconto de excertos ou do texto integral;
-A remoção dos espaços entre as palavras para a criança os delimitar;
-Identificação dos erros;
-E tantos outros que não me recordo e que vêm da nossa fantástica capacidade de imaginação.

Uma forma de arranjarmos textos de qualidade, com bom conteúdo e bem escritas, é através dos manuais escolares de língua portuguesa. Recorro ainda, com frequência, a textos disponibilizados na internet. Têm a vantagem de estarem já digitalizados e assim podermos retirar as imagens, aumentar o tamanho da letra e o espaçamento de linha, acrescentar erros para a criança identificar, remover os espaços, etc.

Estes são os sites a que recorro com frequência:
-Contos infantis e juvenis - http://contosinfantisejuvenis.blogspot.pt - o autor disponibiliza textos muito divertidos que são motivo para rir aqui no gabinete! Muito engraçadas e simples.
-Histórias e contos infantis - http://www.historias-infantis.com - tem contos, fábulas e lendas muito bem concebidas. Se é alguém que gosta de escrever pode também submeter o seu.

Claro está que não nos podemos esquecer do nosso rico património, tão afamado. São deles exemplo o grande autor La Fontaine, a muito nossa e querida Sophia de Mello Breyner, entre tantos outros. Se pensarmos numa faixa etária mais avançada podemos recorrer aos fantásticos diários do Adrian Mole (para adolescentes) ou aos Diários de Um Banana!

No entanto, devo alertar que se pretenderem recorrer a uma fonte online devem sempre rever o texto. Os erros existem e as estruturas gramaticais, bem como o vocabulário podem ser modificados consoante a criança.

Deixo-vos com estas sugestões que, mais uma vez, fazem com que sejamos profissionais diferentes dos outros e com que abrilhantemos a vida dos nossos meninos!



08/07/2014

A utilização de desenhos animados como recurso na terapia da fala

Não sou um terapeuta abastado, pelo menos no que diz respeito a materiais de intervenção. Por outro lado acho que tenho imaginação que compensa isso. Recentemente estive nos Estados Unidos e... eles têm tudo - desde testes formais a materiais de intervenção. A justificação é fácil: há muito dinheiro e pouca disponibilidade (agendas cheias). Pelo contrário, não têm metade da nossa imaginação.


ATENÇÃO: todas as actividades e objectivos propostos devem ser adequados a cada caso. O que serve para o exemplo que dou aqui pode não se aplicar ao vosso caso.

Uso, com frequência, o computador como meio de apresentação de estímulos. Gosto imenso, tal qual os meus meninos, de trabalhar com base em desenhos animados. É possível, com facilidade, encontrar um que se adeque aos nossos objectivos terapêuticos - assim, deixo na maioria das vezes, a criança escolher o seu personagem. Se for eu a escolher, sem dúvida vou para o Mickey!

Há alguns que são mais adequados do que outros. Já encontrei uns que são inúteis - ou pela falta de conteúdo ou, por outro lado, pela sua complexidade. Os desenhos animados da Disney, em geral, são bons porque: não são confusos, têm acontecimentos muito divertidos e atrativos, são lógicos. Se formos para o Ruca ou o Noddy, conseguimos tirar a vantagem de uma narrativa grande e não de acontecimentos pequeninos.

De uma forma geral, este recurso é especialmente útil nos seguintes casos:
-Reconto da narrativa: pode ser feito na íntegra apesar de o fazer raramente dada a dificuldade, normalmente vou parando o filme e peço à criança para recortar o que aconteceu;
-Estrutura frásica: ao longo do filme faço pausas nos acontecimentos que são mais importantes e faço perguntas sobre os mesmos; se falarmos numa criança com poucas competências podemos pedir apenas que nomeie a acção; no outro extremo temos outra criança, a quem apresentamos vários acontecimentos seguidos e ela deve construir frases mais ou menos complexas.
-Vocabulário passivo e activo: apesar de não usar com tanta frequência por ser moroso a filtrar aquilo que queremos, os vídeos podem ser úteis para aumentar o repertório lexical. Assim, podemos, pedir à criança para identificar directa ou indirectamente o que quisermos, bem como podemos pedir para fazer uma simples tarefa de nomeação.
Os desenhos animados sem fala são um recurso fantástico, pois dá para trabalhar uma série de competências. 

São úteis, principalmente, porque não houve modelo nem distractores. Senão vejamos:
-A criança pode imaginar e recriar a fala do personagem que acabou de falar. Assim estamos a trabalhar as competências metapragmáticas, noções cinésicas e proxémicas; na área da semântica a criança deverá ser capaz de nomear o vocabulário que envolve aquela determinada acção; é especialmente útil na construção de frases.
-As noções de interacção social e reflexão sobre os comportamentos podem ser trabalhadas de uma forma facilitada, uma vez que o desenho está desprovido de fala.

Não se esqueçam que tudo está na vossa criatividade e, depende naturalmente, de cada caso.

Aqui fica uma playlist do youtube que vocês podem usar.
http://www.youtube.com/playlist?list=PLjKTW5Ft1HsBlmlJb4z90TEU77KxDDNd1