Na selecção destas actividades incorremos, por vezes, no erro de tornar a sessão menos produtiva e, por isso, talvez eu seja tão pouco apologista e utilizador de jogos da glória, do peixinho e outros. Portanto, serão boas mas sempre na boa conta peso e medida. Momentos existem, com certeza, em que não temos outro remédio - a criança colabora menos, é muito pequena ou por outros motivos.
A necessidade de surgirem novas abordagens e contextos de intervenção é ainda maior em clientes que são acompanhados a longo prazo e, por vezes, com múltiplas terapias por semana. É bem conhecido o cansaço e saturação a que estes meninos e meninas chegam ao fim de algum tempo - é um facto.
Se me perguntarem: não tenho nenhum curso em terapia musical, nem coisa parecida. Mas tenho imaginação e, por acaso, toco guitarra portuguesa e viola. É mesmo disso que venho falar hoje. Ás vezes levo comigo um destes instrumentos para o gabinete e é sempre curioso, enquanto fazemos uma pausa, mostrá-los aos miúdos - querem sempre explorar e "tocar um bocado".
Ao longo dos anos fui criando algumas actividades. Não sei se são originais, mas nunca as vi apresentadas em lado nenhum, por isso, aqui vão.
-Xilofone: talvez tenha sido a primeira experiência. O meu xilofone é colorido e tem as notas musicais escritas. Durante a avaliação ou intervenção pode ser pedido à criança que reproduza uma sequência mais ou menos simples apresentada previamente por nós (memória auditiva e visual).
-Metrónomo: apesar de ser usado sobretudo nas perturbações da fluência (eg. gaguez), pode também ser usado noutras situações, como por exemplo em perturbações motoras da fala ou alterações da motricidade oral - algumas tarefas práticas passam pela repetição de unidades linguísticas (eg. sílabas) de uma forma ritmada, mais ou menos rápida. Uso a aplicação Metronome Beats.
Fica aqui o link de um Cancioneiro da Universidade do Minho com canções infantis portuguesas.
São algumas sugestões práticas para modificar as rotinas dos nossos meninos